quarta-feira, 1 de junho de 2011

70 anos de Cidadão Kane

por Tabatha Moral Antonaglia

Mês passado Cidadão Kane fez 70 anos e vários jornais e revistas publicaram algo sobre o famoso filme. Desde o Estadão até a Revista Imprensa.
É impressionante como um filme lançado há 70 anos atrás ainda é tão discutido e utilizado em diversos cursos e profissões, mas principalmente os de comunicação. E é ainda mais impressionante que esta obra parece saída dos dias atuais, pois a maioria do que se passa na história acontece ainda hoje no jornalismo. O espetáculo do jornalismo, a manipulação, a notícia como forma de entretenimento e o poder que a mídia exerce sobre as pessoas.
O filme conseguiu este valor e a fama aos poucos, conquistou cinéfilos ao redor do globo devido à sua autenticidade, por mostrar coisas que nem todos tinham parado para refletir a respeito dos jornais e das mídias e por suas críticas à sociedade, além de recursos diferentes de filmagem, imagens e etc.
 Portanto este é um filme que vale a pena ver e que, acredito eu, ainda vai gerar muitas discussões e reflexões, pois ele nos faz pensar. Cidadão Kane ainda vai influenciar outras gerações!

domingo, 29 de maio de 2011

3 polêmicas no futebol do Jardim Botânico

Por Lucas Prata

Poucos tópicos escancaram tanto a participação efetiva do interesse corporativo de um grupo de comunicação sua linha jornalística do que o futebol. Isso se exponência neste momento em que o Brasil está no olho do furacão com a responsabilidade trazida pelas escolha de sediar a Copa, que transferem o esporte para os cadernos políticos dos jornais.

Três casos recentes envolvendo a Globo apontam a prática. A primeira e mais relevante delas diz respeito a renovação dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro de 2012, 2013 e 2014. Como nunca antes havia acontecido, o Clube do 13, entidade então responsável por negociar em bloco quanto os clubes da primeira div
isão recebem com direitos de transmissão, criou mecânica de concorrência com envelopes fechados que a colocava em pé de igualdade com as concorrentes. Na iminência de perder os direitos para Record após décadas transmistindo o campeonato que inclusive ajudou a organizar, resolveu minar a instituição negociadora batendo a porta de cada clube individualmente.

No fim a concorrência do Clube dos 13 vencida pela RedeTV, após desistência da televisão da Barra Funda, não teve valor, os clubes de maiores torcidas (Flamengo e Corinthians principalmente) receberam cotas financeiras maiores que rivais - o que a médio prazo poderá desequilibrar os plantéis, jogando por terra o equilíbrio típico dos torneios brasileiros - e na ponta do lápis especialistas afirmam que em bloco os clubes poderiam até receber mais do que no modelo implantado a força pela Globo.

Enquanto o embrólio rolava, os canais ESPN, famosos pela linha editorial independente, os jornais Folha de São Paulo e o Estadão, além de portais como UOL davam destaque ao tortuoso caminho que a situação desenrolou, a emissora carioca e seus veículos apenas noticiavam as pontuações favoráveis ao canal, como a carta aberta em resposta ao Clube dos 13, sem o alarde apontado pelos concorrentes.


Um mês depois do desfecho favorável para Globo na negociação pelo Brasileirão, Tiago Leifert, o atual menino de ouro do time de jornalismo esportivo do canal, que revolucionou o tradicional Globo Esporte baseando seu programa na associação com o entretenimento, envolveu o canal em nova polêmica, graças a um trecho de sua entrevista à Revista GQ. Divulgada em primeira mão pelo UOL, o apresentador pediu que o romantismo no esporte fosse esquecido já que hoje ele é produto de negócios. Nenhuma novidade até certo, certo? O problema foi como ele completou a declaração:

“É verdade. Na hora de conversar sobre direitos esportivos a gente tem que perder o romantismo. Eu sou muito cobrado: "Por que você não fala de Fórmula Indy?” Simples: porque eu não tenho o direito de falar de Fórmula Indy, meu amigo! Existe uma ideia errada de que a Globo tem que falar de tudo porque o cara quer ver tudo na Globo. Meu amigo, muda de canal pra ver a sua notícia! Não tem Fórmula Indy na Globo, não vai ter Panamericano na Globo, não vai ter Olimpíada na Globo! Essa cobrança é puro romantismo! A gente tem que perder essa mania de achar que tudo é uma força do mal. Não é isso, é negócio. Quem paga mais leva e quem leva exibe”

Ou seja, o apresentador da versão paulista do Globo Esporte, principal programa do tema na maior emissora do país, afirmou que iria "esconder" as notícias da maior competição esportiva do planeta porque os direito de transmissão estão na mão da Record.

Com a velocidade das mídias sociais, choveram críticas para o rapaz no Twitter, que utilizou a própria ferramenta onde é seguido por quase 1 milhão de usuários para se defender. Por lá afirmou que apenas havia dito que a emissora não tinha os direitos, o que não necessariamente significaria não cobrir o evento. Dias depois, coube a Octávio Florisbal, diretor de programação da Globo, tentar diminuir o (possível) mau entendido, garantido que a emissora não deixaria o evento de lado.

A resposta definitiva só teremos daqui a um ano. Minha aposta pende a crença de que não haverá como não informar, já que a força com que os conteúdos serão publicados em todos os outros veículos criará desgaste a imagem da emissora caso ela deixe as Olimpíadas de lado. Surgirá aquela sensação de "como é que todos falam menos ela?", o que não significa que o tratamento a causa será da magnitude que o evento realmente clama. Aguardemos as cenas do últimos capítulos.

Para completar a tríade das polêmicas, um documentário na última semana transmitido pela BBC de Londres apontou João Havelange e Ricardo Teixeira, respectivamente o ex-presidente da FIFA e o atual (e eterno) presidente da CBF, como figuras centrais em um escândalo de corrupção dentro da entidade maior do futebol. Enquanto a maioria dos veículos noticiavam a divulgação do escândalo, a Globo e seu canal de tv a cabo Sportv, parceiros inveterados das duas figuras não tocaram no assunto nos seus principais jornais, sendo motivo de críticas de influenciadores e de usuários das mídias sociais.

Comentarista do jornal Redação Sportv, André Rizek, sofreu na pele com a situação. Questionado no Twitter porque seu programa não apresentou nenhuma matéria sobre o assunto, respondeu: “Quando for relevante e tiver grande repercussão na mídia, o fato sempre estará no Redação. Não faço campanhas, faço jornalismo”.

Em suma, disse que um escândalo envolvendo os dois brasileiros mais influentes no mundo do futebol não era relevante o suficiente para virar pauta. Estranho não?

O ponto é que essa estranheza tende a ganhar cada vez maior relevância. Com o crescimento da Record, o alto fluxo de opiniões trocadas nas mídias sociais e com o país como sede de eventos globais do esporte, a Globo poderá até continuar suas práticas jornalistas de omissão de assuntos relevantes para a saúde dos seus negócios, mas terá inspetores atentos para jogar no ventilador as suas atitudes.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

A iconofagia nos dias atuais


Segunda-feira que vem, dia 23 de maio, será a estréia de Heródoto Barbeiro na Record News.
Para dividir a bancada com ele, vem Thalita Oliveira, apresentadora da Record há dois anos.
A competência da moça é inquestionável, afinal, assumiu a bancada do Fala Brasil quando Roberta Piza, consagrada na emissora, cobria os jogos olímpicos de Vancouver.
Fato é que, se tratando de uma pessoa pública, a mídia tratou de "vasculhar" seu histórico. Nada mais justo do que conhecer a fundo aquela que terá a honra em dividir a ancoragem com nada mais, nada menos que Heródoto Barbeiro. Isso não causaria nenhum alvoroço, se ela não houvesse com o que se preocupar.
Mas de acordo com publicação do Yahoo!, de quarta, (18), a garoto é ex-candidata (e finalista!) à loira do extinto É o Tchan!
Após a notícia, Thalita teve de aguentar piadinhas entre os colegas de trabalho nos corredores da emissora.
Mas, enfim, enfatizando mais uma vez, o post não se trata de um questionamento quanto ao profissionalismo da moça, mas ao passado dela.
O que passou, passou, é como dizem. Mas isso não ocorre na mídia. Como já dizia Norval Baitello Júnior, vivemos em um mundo iconofagico em que " passamos a viver muito mais como uma imagem do que como um corpo. Viramos escravos das imagens". Assim acontece na vida real. A partir do momento que o indivíduo se sujeita a se expor diante das telinhas, há de arcar com as consequências.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Cultura da mídia e triunfo do espetáculo

Por Fani Moraes.

Estava lendo o texto "Cultura da mídia e triunfo do espetáculo" de Douglas Kellner e achei várias partes interessantes.
Uma delas me fez lembrar o casamento 'do século' de Kate Middleton e do Príncipe William. "Existem, portanto, muitos níveis e categorias de espetáculo. Os megaespetáculos são definidos quantitativa e qualitativamente, e dominam as manchetes, o jornalismo e a agitação da Internet."
No dia do casamento, 29 de abril, eu fiquei o dia inteiro na Internet e li online as pessoas o descrevendo em seus Twitters, Facebooks, Orkuts, blogs e por aí vai...
Inclusive, soube de muita gente que parou tudo o que estava fazendo para assistir ao casamento ao vivo.
Quando é possível aprofundar a notícia, o jornalista vai atrás disso: consequências do fato, desdobramentos, etc.
Quando a notícia é vazia e não há o que acrescentar, resta transformá-la em espetáculo. Que foi o caso deste casamento real.
Não tinha mais o que falar e eles fizeram um megaespetáculo sobre o assunto. Um exemplo disso foi o programa Globo Repórter, que fez um especial sobre isso. Uma hora sobre um tema que não duraria mais que cinco minutos, se houvesse bom senso.
É fazer do jornalismo um novo Seinfeld: notícia sobre o nada.

E o que isso me lembra no filme Cidadão Kane? Quando Charles Foster Kane concorreu nas eleições e não ganhou. Isso gerou um megaespetáculo na época...

Comente no post, galera!

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Sorriso falso ou estratégico?

Por Juliana Aterje.

Escrever e analisar um texto com o titulo “Publicidade é um cadáver que nos sorri”, parece como uma tortura reflexiva para quem trabalha mais de 12h por dia neste mercado suado e muito mais difícil do que imaginam.
Mas antes de ler sobre um dos textos que já foi um dos mais polêmicos e que gera ainda discussões profundas sobre as conseqüências das estratégias publicitárias, vale lembrar quem é o autor e o que ele mudou na cabeça dos meus colegas e da sociedade desde sua obra fotográfica para a Benetton. E ai sim mudar a primeira impressão sobre o texto, assim como o autor muda qualquer primeira interpretação em suas obras:





Sem dúvida alguma a campanha fotografada por Olivero Toscani pontuou a mudança dos posicionamentos das grandes marcas. A persuasão agora e desde então, não é mais gerada pelo aspiracional, que funcionava da seguinte maneira: a gente mostrava um cenário bacana, pessoas bonitas e dava a entender que se você usar aquele produto vai se sentir de outro mundo e usufruir um status melhor do que a sua realidade.
Hoje em dia a persuasão das grandes marcas se dá pelo envolvimento entre o consumidor e uma idéia de personalidade que trabalha identificação, motivação e cria algo positivo ou reflexivo nas pessoas de uma forma muito mais eficaz do que um cutucão na ferida ou desejo do consumidor. Hoje“Você é um Mac”. “Você é a real beleza”,” é o melhor de você, é quem vai além.

http://www.youtube.com/watch?v=iYhCn0jf46U




Isso é a publicidade se reinventando junto com a sociedade de indivíduos que estão cada vez mais abertos a receber mensagens mais próximas de suas realidades e cada vez mais seletivos com o que vão incorporar para seu mundo particular.
Seja um cadáver perfumado ou um novo reflexo que nos sorri.

domingo, 1 de maio de 2011

Sobre marcas globais e poder corporativo

Por Juliana Aterje.

O conceito de marcas globais e poder corporativo abrange uma estratégia que vai alem da publicidade tradicional e investimentos de mídia. Mas uma estratégia que visa envolver seu público a fim de criar, não um consumidor fiel, mas um seguidor com um elo tão forte entre a marca e a sua personalidade que a relação empresa- consumidor acaba sendo paralela a necessidade consumidor -empresa.
“Os cidadãos hoje são remarcados como consumidores com poderes que nada mais são do que uma coleção dos seus hábitos de compra” cita Naomi Klein.
Neste cenário grandes corporações desenvolvem suas marcas entregando não mais produtos, mas experiência e serviços. Uma grande marca é aquela que desdobra a entrega de seu carro chefe para atividades que vão além do esperado ao se pagar um produto. Isso implica em investimentos privados que dão lugar a ambientes que deveriam ser claramente desenvolvidos pela esfera publica: cultura, meios básicos, transportes,etc.
O que me leva a questionar se o governo esta se enfraquecendo cada vez mais como governo, e por isso as grandes marcas criam atividades tão mais atrativas e acessíveis, ou se somos nós, cidadãos, que estamos cada vez mais permitindo o controle da nossa sociedade para o primeiro que satisfaça nossas necessidades ao melhor custo.
Custo, que mais uma vez, é pago por nós cidadãos.


quarta-feira, 27 de abril de 2011

Conexão desde o nascimento

Por Mayara Koike.


Se ficou surpreso com o uso da internet por crianças famosas como Sasha e Maisa saiba que pelas suas idades elas já são “veteranas” no quesito conectividade.

O mais recente uso das redes sociais foi configurado pelo jogador Kaká, do Real Madrid, ao criar um twitter para sua filha nascida no último sábado (24). A criança tinha algumas horas de vida e já possuía sua página nas redes sociais. @IsabelaCLeite.

O importante mesmo, nos dias atuais, é estar acessível. Ter mil e uma formas de ser localizado, e interagir, interagir, interagir virtualmente. E até de ser monitorado pelas frases infelizes que você escreve. Uma frase simples que poderia passar batido pode acarretar em uma demissão, como no exemplo do blog 4891 em que um jornalista perdeu seu emprego por um comentário desnecessário no twitter.

Se você não se enquadra no quesito redes sociais é considerado como “excluído” ou “exceção da exceção”. Todos querem estar conectados e construir redes sociais cada vez maiores por meio das plataformas disponíveis. Todos desejam se sentir mais próximos, ainda que isso signifique estar cada vez mais distante fisicamente.